Estudantes venezuelanos denunciam que foram agredidos por outros adolescentes na saída de escola na Barra

  • 06/09/2024
(Foto: Reprodução)
Briga aconteceu na quarta-feira (4) e caso foi registrado na 16ªDP (Barra). Vítimas relatam agressões com pedaço de madeira e cabo de vassoura. Um menor teve o braço quebrado e outros estão com hematomas em diversas partes do corpo, rosto e cabeça. Um adolescente venezuelano teve um dos braços quebrado g1 A polícia abriu um inquérito para apurar a agressão a quatro estudantes venezuelanos na saída da Escola Municipal Zuleika Nunes Alencar, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na tarde desta quarta-feira (4). Segundo familiares, os adolescentes de idades entre 14 e 15 anos foram abordados por um grupo de, aproximadamente, 15 meninos — todos brasileiros. De acordo com testemunhas e as próprias vítimas, os venezuelanos foram agredidos com pedaços de madeira e cabo de vassoura, além de socos e chutes. Um dos adolescentes quebrou o braço e os outros tiveram machucados e estão com hematomas pelo corpo, rosto e cabeça. Ao g1, familiares dos estudantes agredidos contaram que esta é a primeira vez que ocorre esse tipo de situação e que nenhum deles tem histórico de briga ou confusão no ambiente escolar. Segundo os pais, os meninos aguardavam o ônibus depois da aula no ponto próximo ao condomínio Alfa Barra, quando foram abordados pelos agressores. Os menores seriam alunos de outros colégios da região. O caso foi registrado na 16ªDP (Barra da Tijuca). 'Bateram nele até quebrar o braço' Com medo de represálias ou perseguição, as famílias venezuelanas preferem não ser identificadas. A reportagem conversou com a mãe do jovem de 15 anos que teve o braço quebrado. Ela contou que o menino estuda na unidade há 4 anos, desde quando chegou no Brasil, e garante que o filho nunca teve problemas com os colegas. Segundo ela, foi a direção da unidade que informou sobre as agressões. "Eu estava em casa e a direção me ligou. Falaram que o meu filho tinha sido agredido por colegas. Quando ela [a diretora] falou que bateram nele até quebrar o braço, eu não acreditei. O meu filho não é de brigar, ele é legal com todo mundo. Ele nunca teve problemas. Quando cheguei lá, fiquei desesperada. O meu filho foi levado para o [Hospital Municipal] Lourenço Jorge e engessaram o braço", conta a mulher que é desempregada e tem 37 anos. A mãe do menino, que estuda no 9º ano, afirma que desde o dia da briga ele reclama de fortes dores na cabeça. "Ele contou que bateram muito neles. Hoje, ele tem reclamado com frequência de dores na cabeça. Eu fico preocupada. Mas, espero que façam alguma coisa e que essas pessoas sejam responsabilizadas". O pai de outra vítima, de 14 anos, contou que o filho chegou em casa chorando e assustado após a agressão. O menino está na escola desde janeiro e, assim como os demais colegas, nunca teve problemas com outros alunos. Segundo o pai, no dia da agressão eles foram provocados ainda dentro da escola, mas que saíram sem dar importância para o ocorrido. De acordo com relatos das vítimas, eles ainda foram ameaçados com uma faca. A Escola Municipal Zuleika Nunes Alencar fica dentro do Condomínio Alfa Barra, na Barra da Tijuca Divulgação Na quarta-feira (4), dia seguinte, a escola ligou para as famílias e pediu que os adolescentes não fossem para a aula até entenderem o que aconteceu. Os pais, de qualquer maneira, estão inseguros que os filhos retornem às aulas. Fluxo de imigrantes entrando por Roraima aumenta 28% um mês depois das eleições na Venezuela Histórico de bullying e xenofobia A professora universitária venezuelana Yelitza Lafont, que mora na comunidade Morro do Banco, no Itanhangá, também conhecida por ser a maior colônia da Venezuela em solo carioca, contou que não é a primeira vez que uma criança ou adolescente venezuelano sofre bullying ou agressão na unidade. Ela diz que a escola nunca tomou providências. A educadora cobra providência das autoridades. "É muito grave o que acontece nessa escola. Sempre eu estou em cima disso, porque as crianças falam com frequência [das agressões e xingamentos]. Mas, as professoras são despreocupadas. Elas sempre falam: 'Ah, menino, não leva isso a sério. É brincadeira, coisa de criança'. Mas, é grave. Elas não estão dando importância para esse tipo de abuso. Elas não têm sido pessoas empáticas", destaca Lafont, que completa: "O imigrante sofre em todas as áreas. (Por isso) É preciso denunciar esse tipo de coisa. É preocupante esse tratamento com as crianças. Não merecemos isso. Ninguém merece ser tratado dessa forma". Investigação Nesta quinta (5), a família de uma das vítimas procurou a 16ª DP (Barra da Tijuca) e registrou o caso, que é investigado como ato infracional análogo a lesão corporal. Uma das vítimas contou em depoimento que os alunos brasileiros tiveram uma divergência com um dos venezuelanos dentro da sala de aula e que na saída um grupo agrediu o outro. A Polícia Civil disse que instaurou procedimento para apurar o caso. Os envolvidos serão ouvidos, e os agentes buscarão imagens para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. Segundo os pais, um dos alunos que estava entre os que agrediu já teria sido identificado pela direção da escola, que informou que pedirá aos responsáveis que compareçam à escola. O que diz a Secretaria de Educação A Secretaria Municipal de Educação informou que tomou todas as medidas cabíveis em relação ao incidente ocorrido na quarta-feira, fora da unidade escolar e após o horário de aulas, envolvendo alunos. "Vale ressaltar que a equipe gestora da escola não recebeu relatos anteriores de conflitos ou reclamações formais de responsáveis. A secretaria reforça seu compromisso com um ambiente de respeito e inclusão e promove constantemente um trabalho de conscientização com os alunos, em conjunto com o PROINAPE – Programa Interdisciplinar de Apoio às Escolas", diz a nota. Repressão na Venezuela é brutal, diz ONG

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/09/06/estudantes-venezuelanos-denunciam-que-foram-agredidos-na-barra.ghtml


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